Fabiane Schwade Januario
De todas as experiências que surgem
no caminho de quem trabalha com a inclusão, receber um aluno com deficiência
intelectual parece a mais complexa. Para o surdo, os primeiros passos são dados
com a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Os cegos têm o braile como
ferramenta básica e, para os estudantes com limitações físicas, adaptações no
ambiente e nos materiais costumam resolver os entraves do dia-a-dia.
Mas por onde começar quando a
deficiência é intelectual? Melhor do que se prender a relatórios médicos, os
educadores das salas de recurso e das regulares precisam entender que tais
diagnósticos são uma pista para descobrir o que interessa: quais obstáculos o
aluno enfrentará para aprender - e eles, para ensinar.
Alunos com dificuldade de
concentração precisam de espaço organizado, rotina, atividades lógicas e
regras. Como a sala de aula tem muitos elementos - colegas, professor,
quadro-negro, livros e materiais -, focar o raciocínio fica ainda mais difícil.
Por isso, é ideal que as aulas tenham um início prático e instrumentalizado.
"Não adianta insistir em falar a mesma coisa várias vezes. Não se trata de
reforço. Ele precisa desenvolver a habilidade de prestar atenção com
estratégias diferenciadas para, depois, entender o conteúdo", diz Maria
Tereza Eglér Mantoan, doutora e docente em Psicologia Educacional da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A meta é que, sempre que possível e
mesmo com um trabalho diferente, o aluno esteja participando do grupo. A tarefa
deve começar tão fácil quanto seja necessário para que ele perceba que consegue
executá-la, mas sempre com algum desafio. Depois, pode-se aumentar as regras, o
número de participantes e a complexidade. "A própria sequência de
exercícios parecidos e agradáveis já vai ajudá-lo a aumentar de forma
considerável a capacidade de se concentrar", comenta Maria Tereza, da
Unicamp.
FONTE: Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/inclusao/educacao-especial/formas-criativas-estimular-mente-deficientes-intelectuais-476406.shtml.
Acesso em 24/04/2014.